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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Em discussão, proposta que limita o nº de filiados aptos a escolher dirigentes

Blog do Fernando Rodrigues

O PT, único partido do Brasil que elege dirigentes com voto direto de filiados, está empenhado em mudar seu funcionamento. Entre as propostas está uma que restringe essa democracia interna.

A mudança acompanha a reforma de estatuto que o partido quer fazer ainda em 2011. Para tal, 15 petistas, coordenados pelo deputado Ricardo Berzoini (SP), organizam as propostas de alteração que serão votadas no Congresso da legenda, no 2º semestre.

Reuniões do grupo são divulgadas em um blog do PT dedicado à reforma. Da última reunião, saiu vídeo no qual Gleber Naime, secretário executivo do grupo comandado por Berzoini, enumera problemas do Processo de Eleições Diretas, conhecido pela sigla PED. Ele cita alto custo de realização do PED, fraudes, interferência de políticos de fora do PT e pouca participação dos filiados votantes nos debates eleitorais.

Ou seja: a democracia do PT tem os mesmos problemas que qualquer democracia moderna.

Hoje, vota no PED quem se filiou há, pelo menos, 1 ano antes da eleição e está em dia com a contribuição financeira ao partido. Todos os filiados devem pagar uma contribuição mínima, que é maior para quem tem cargo no governo ou na administração pública (no fim do post, quadro que mostra a porcentagem do salário que cada filiado deve dar ao PT).

O Blog levantou que entre as sugestões em debate está aumentar para mais de 1 ano o período em que o filiado precisa estar filiado para poder votar. Outra possibilidade é estipular prazo para a pessoa regularizar sua contribuição. Críticos da atual organização das eleições dizem que, da forma como funciona hoje, a pessoa pode ter sua dívida com o partido saldada perto da eleição por um interessado em ter seu voto.

Dados fornecidos pela assessoria de comunicação do PT mostram que, a cada eleição, mais filiados participam da escolha da cúpula partidária. No PED de 2007, havia 917,8 mil filiados aptos a votar (votaram 326,3 mil). Em 2009, havia 1,35 milhão de aptos (votaram 519 mil). Em 2011 o total já é de 1,42 milhão de filiados. Não se sabe quantos estão aptos hoje, pois a informação é difusa entre diretórios municipais, mas a tendência de aumento é evidente (o próximo PED deve ocorrer até 2013).

O medo de alguns petistas é que haja colegas empenhados em filiar pessoas só para obter seus votos. Outro problema constatado por quem quer mudar o PED é que as tendências maiores, com mais recursos para fazer campanha e cooptar votos, ficam cada vez mais fortes dentro do partido. Em outro post, o Blog mostrou que o PT é dividido em, pelo menos, 9 grupos que competem entre si como partidos independentes.

A seguir, tabelas fornecidas pelo PT que mostram a porcentagem do salário que cada filiado deve
dar ao partido:

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